Exposição Fotográfica

"REDESCOBRINDO O ITABIRA"

A exposição virtual de fotos históricas, que integra a I MOSTRA DE CULTURA AMBIENTAL é parte do projeto audiovisual "Na Trilha dos Parques", série de documentários voltados para a valorização dos potenciais e belezas naturais dos parques capixabas iniciado em 2018.

Na mostra fotográfica abaixo, você terá uma ideia do quão representativo é o Monumento Natural do Itabira, grande rochedo localizado em Cachoeiro de Itapemirim, município do Sul do Espírito Santo, distante aproximadamente 130 km da capital Vitória.

Este acervo mostra como o Itabira está ligado à história da cidade, antes mesmo da sua formação enquanto município.

OS PURIS E O ITABIRA

Os índios puris foram os primeiros habitantes do Itabira. Por lá viveram séculos, até o homem branco chegar. Para eles, o pico era muito mais que uma grande rocha apontada para o céu e sim o "deus da fertilidade", devido ao seu formato fálico. Ter relações sexuais perto da montanha ajudaria a formar guerreiros para lutar contra os inimigos. Os puris foram extintos nos anos 80, tanto no sul do Espírito Santo, quanto em outros Estados brasileiros.

O POVOAMENTO DE CACHOEIRO

O povoamento das terras em Cachoeiro de Itapemirim teve início no século XVIII, quando chegaram imigrantes de Campos, Muribeca, Guarapari e Vitória, atraídos pelo ouro existente nas minas de Castelo, então dominadas pelos índios Puris. Esse primeiro ciclo colonizador, entretanto, foi interrompido quando o governo Português proibiu a exploração das minas.

UMA CACHOEIRO RURAL

Até meados do século XX, a população capixaba era predominantemente rural, composta de famílias do campo que dali tiraram o seu sustento. A foto mostra Cachoeiro de 1910, sem edifícios, casas modernas, comércios e sem o seu aquecido mercado industrial, apenas o Rio Itapemirim sem intervenções e sua sentinela maior, o Pico do Itabira.

LÁ VEM O TREM

Não tão distante do Itabira, vemos a Estação de Ferro Leopoldina inauruada em 1903 com o nome de Muniz Freire, e um marco para o crescimento econômico de Cachoeiro. Na imagem a Estação em plena atividade, com vagões, cargas e também passageiros. A companhia XX desativou a linha férrea e, atualmente, o local é um ponto municipal de cultura.

A VIAGEM PRESIDENCIAL

A Ponte de Ferro de Cachoeiro de Itapemirim (construída na Inglaterra), que ligava Vitória a Cachoeiro por estrada de ferro, foi inaugurada em1910 e contou com a presença do então Presidente da República, Nilo Peçanha. Durante a viagem presidencial, Nilo ficou encantado com a beleza cênica cachoeirense, dando ênfase ao Itabira como referência maior.

A INTELECTUAL E O ITABIRA

Durante sua viagem do Rio à Vitória em 1911, Julia Lopes ficou deslumbrada com o Itabira e, em seu diário, deixou registrado: "Ao longe, a famosa pedra Itabira aponta silenciosamente o azul limpo do céu, entre os grandes rochedos, o Frade e a Freira. Por mais curvas que o trem faça, vejo-a sempre ao longe como uma sentinela sonhadora, coberta pelo véu azul da idealidade". Julia Lopes foi uma das fundadoras da Academia Brasileira de Letras e que, por ser mulher, não ocupou a cadeira de imortal.

ILUSTRES MARCAM PRESENÇA

Um passeio pedagógico pra lá de interessante: visita dos alunos do Colégio Pedro Palácios ao Monumento Natural do Itabira em 1922. Na foto vemos os ilustres irmãos cachoeirenses Rubem e Nilton Braga (no canto esquerdo da foto) com seus colegas de turma. Os alunos do Pedro Palácios usavam uma farda em modelo militar, praticavam escotismo, realizavam caminhadas até o Itabira, todo mês iam de trem a Marataízes ver o mar, e tinha o francês como uma das matérias lecionadas.

UMA VILA BUCÓLICA

Quem passa em Cachoeiro hoje nem imagina que o município já foi um lugar tranquilo, pacato, sem movimento de carros, estradas e o ir e vir de pessoas. É possível afirmar que, de qualquer parte desta vila de moradores às margens do Itapemirim (na época um rio limpo e caudaloso, era possível avistar o Itabira.

OS YOLES

Nos áureos tempos em que o Rio Itapemirim era navegável, a cidade tinha um clube de remo pra chamar de seu: o Yole Clube de Cachoeiro. Fundado em 1932, este espaço atraiu esportistas da região e entusiastas da modalidade porém, com o passar dos anos faliu e, atualmente, resume-se à poucas paredes em ruínas devido ao descaso e abandono.

O VOO DO ZEPPELIN

Um acontecimento que parou a cidade. Trata-se do voo de um zeppelin norte-americano bem próximo à região do Itabira durante os festejos do dia da cidade de Cachoeiro, em 1943. O dirigível, que voou por cerca de 1h, estava à serviço da proteção de terras e mares brasileiros durante a 2ª Guerra Mundial.

OS PIONEIROS DA ESCALADA

Em 1947 Cachoeiro recebeu o primeiro grupo de 5 escaladores e excursionistas, vindo do Rio de Janeiro. Este grupo queria muita adrenalina e foi o primeiro a alcançar o até então inacessível cume do Itabira. Índio do Brasil Luz, Silva Joaquim Mendes, Reinaldo Santos, Julio Maria Veiga de Freitas e Reinaldo Behnken entraram para a história da cidade.

NO CUME DO ITABIRA

A corajosa equipe de escaladores deixou registrado: “No dia 22, às 6 horas reiniciaram os trabalhos, colocando mais 2 prégos e, às 9h47, pela chaminé grande alcançaram triunfantes o alto do Pico do Itabira. Gritavam e acenavam alegremente anunciando a boa nova para os que se encontravam no acampamento-base e logo esta notícia foi enviada à cidade: – ‘Itabira Conquistado’.”

INAUGURAÇÃO DO TEMPLO

De longe o Itabira acompanha o momento histórico da construção da Paróquia Nossa Senhora da Consolação, isto no ano de 1954, com a bênção da pedra fundamental no dia 13/11/1954, sob o comando de Fr. Antolin Rodriguez, este o primeiro vigário (pároco) da cidade, nomeado em 20/01/1955.

DA NATUREZA PARA AS TELAS

O Itabira serviu de inspiração para artistas plásticos e apaixonados pela arte em geral. Era comum ver pintores com suas telas e cavaletes posicionados de forma estratégica, próximo à visão do Itabira, em busca do melhor enquadramento da linda paisagem. Levino Fânzeres foi um destes artistas, que ilustrou o Itabira na obra "Pedaços da minha terra".

MORADORES DO ITABIRA

Em seu livro "Horizontes Verticais", Jean Pierre Von Der Weid, conta a história da escalada do Itabira em 1968 e traz aspectos da comunidade presente na região, como a família do senhor Emilio Rigon, "seo Santinho" e dona Zenilda, que de forma amável e acolhedora, alimentaram os famintos escaladores.

A CASA DE "SEO" SANTINHO E DONA ZENILDA

A casa do Seo Santinho e de dona Zenilda ainda existe lá pelas bandas do Itabira. O local ainda é de propriedade da família Rigon, mas não recebe mais os escaladores de antes. Nas proximidades da casa há lindas árvores e uma natureza exuberante.

O LADO PRESERVADO DO ITABIRA

No início da década de 70, parte do Itabira relutou em se modernizar e acabou preservando suas características naturais e únicas. Na imagem podemos ver que não há qualquer intervenção humana no lugar.

O LADO BADALADO DO PICO

No mesmo ano de 1970, do outro lado do Itabira, Cachoeiro crescia e avançava novos territórios. É nítida a mudança em sua geografia. Tudo muda, mas o Itabira permanece intacto e onipresente.


O ITABIRA VISTO DO CENTRO DA CIDADE

A Escola Técnica de Comércio e Ginásio São Pedro formaram muitos profissionais em Cachoeiro nos anos 50. Ambos empreendimentos pertenciam à família Herkenhof. Atualmente no espaço está localizado o Shopping Cachoeiro, que mudou radicalmente a fotografia da cidade e a visão para o Itabira.

LOUVOR AO ITABIRA

Antes de morrer, o escritor Rubem Braga manifestou seu desejo de ser cremado e ter suas cinzas jogadas no Rio Itapemirim, bem próximo ao Pico do Itabira. O nobre escritor era um apaixonado pelo monumento e, dentre suas obras, consta uma feita especialmente para ele, o "Louvor ao Itabira".

O ITABIRA QUE SE QUER PRESERVAR

Embora Cachoeiro tenha crescido vertiginosamente, o Itabira manteve boa parte de seu território de forma preservada. mesmo com a presença de comunidade de moradores, de empreendimentos locais e ainda de visitas constante de turistas e entusiastas do esporte e lazer.

RESISTINDO AO CRESCIMENTO DA CIDADE

A cidade de Cachoeiro cresceu e parece não parar de crescer. De longe, o Itabira continua sendo sua sentinela, só observando a mudança em seu território. Imponente, ele segue resistindo ao tempo e ao desenvolvimento humano.

O GRAMPO DOS ESCALADORES

Local onde continua preso o primeiro grampo para instalação das cordas de escalada, bem ali, no "pé" do Itabira. O grampo foi instalado perto da parte plana da região para fins de teste e averiguação dos esportistas antes de suas subidas ao pico.

REDESCOBRINDO O LINDO CENÁRIO

Aos poucos o Itabira vai sendo descoberto por novos aventureiros e fãs do ecoturismo. Cada pedacinho do monumento é usado para caminhadas, acampamentos, escaladas, trilhas mais radicais ou, simplesmente, momentos de parada e observação da natureza presente ali. Vale cada experiência!

BELEZA CÊNICA VISTA DE LONGE

O Itabira pode ser avistado de vários pontos da cidade e até mesmo de cidades vizinhas, como no mirante de Vargem Alta, por exemplo. Nada mal um voo de parapente com o Itabira visto de cima!

BELEZA CAPTADA PELO IMPERADOR

Em sua viagem ao Espirito Santo, Dom Pedro II avistou do litoral tanto o Itabira quanto o Frade e a Freira. O imperador do Brasil ficou fascinado pelas rochas capixabas e deixou registrado em seu diário de bordo, há 46 km de distância de Cachoeiro, um desenho do Itabira apelidando-o de "garrafinha".

CACHOEIRO DE HOJE E O ITABIRA

Mesmo com o crescimento populacional e o aumento de moradias, o Itabira permanece como um ponto sempre visível de várias partes de Cachoeiro. Parece até que, por mais que a cidade cresça, ela não há de tirar o encantamento da imponência do Itabira.

MAIS QUE UM PONTO DE REFERÊNCIA

Não é somente um ponto de referência! O Monumento Natural do Itabira é e continuará sendo um marco na história da cidade de Cachoeiro e sua maior referência geográfica, história e socioambiental.

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